“Previdência do RN não precisa ser recuperada, precisa não morrer”, afirma presidente do IPERN

Ascom/ALRN

Nereu Linhares, presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais.

O presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais (IPERN), Nereu Linhares, fez um diagnóstico sombrio sobre a situação do sistema previdenciário potiguar durante audiência pública na Assembleia Legislativa, ontem (16).

Ele afirmou que o cenário é “dramático, do ponto de vista financeiro, estrutural e atuarial”, com um rombo mensal de mais de R$ 150 milhões e um déficit atuarial de cerca de R$ 54 bilhões.

Linhares resgatou a origem do problema, afirmando que “o déficit atuarial do instituto começou a ser constituído no dia em que ele foi instaurado”, em 1962, e responsabilizou decisões equivocadas ao longo das décadas.

“Nos anos 80/90 tínhamos 5 ativos para 1 inativo. Hoje essa pirâmide se inverteu. Existem mais inativos do que ativos. Então, a conta não vai fechar nunca”, alertou.

Ele lembrou ainda que, em 2014, um fundo de R$ 1 bilhão foi “consumido em oito meses” por decisão do governo da época, o que chamou de “o golpe final à nossa previdência”.

Em tom de urgência, o presidente do IPERN disse que o Estado precisa agir rapidamente para evitar o colapso. “Todo o Estado do RN tem que se unir para não deixar a previdência morrer, e eu não falei ‘recuperar’; eu falei ‘não deixar morrer mesmo’”, concluiu.