Mundo
18/08/2025
Em sua coluna dominical no Globo e na Folha de São Paulo, o experiente jornalista Elio Gaspari resgatou o risco real que o Brasil passou de enfrentar uma invasão militar dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
Gaspari relatou:
“Depois da entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1941, o Brasil corria o risco de uma invasão para assegurar o controle de pistas de pouso no Saliente Nordestino. Voando de Natal, os aviões americanos poderiam chegar à África”.
Segundo o jornalista, os americanos mapearam até a casa do bispo em Natal.
“Em janeiro de 1939, os americanos pediram o primeiro estudo de ocupação do Saliente. Em agosto, um mês antes do início da guerra na Europa, o Exército americano desenhou o Plano Rainbow (Arco-Íris). De prático, resultou o envio de um cônsul para Natal, com o objetivo de colher informações. Meses depois a cidade estava mapeada, localizando até mesmo a casa do bispo”, contou Gaspari.
Os americanos estavam de olho em Natal e registravam:
"O aeroporto não é guardado por tropas ou polícia... aviões de transporte vindos da África ou Açores podem surpreender tropas terrestres e ocupar Natal e outras cidades da corcunda do Brasil."
Em 1993, o repórter Lauro Jardim revelou que, em novembro de 1941, os Estados Unidos tinham um plano para invadir o Brasil, ocupando Natal, Recife, Belém, Salvador, São Luís, Fortaleza e a Ilha de Fernando de Noronha.
Em dezembro, os japoneses atacaram Pearl Harbor. Os EUA entraram na guerra e foram buscar o Saliente Nordestino. O então tenente-coronel Kenner Hertford contaria:
"Para encurtar a história, os brasileiros aceitaram cem fuzileiros em Belém, outros cem em Natal e mais cem em Recife e Fortaleza. (...) Concordaram em que nosso Exército assumisse o controle das torres dos aeroportos. Inicialmente, não podiam usar uniformes."
A pista de Parnamirim, perto de Natal, foi uma das mais movimentadas da época, atestou Elio Gaspari.
Equilibrando-se entre alemães e americanos, o então presidente brasileiro Getúlio Vargas foi praticamente forçado a fechar aliança com os militares estadunidenses, protagonizando um histórico encontro com o presidente Franklin Roosevelt em Natal.
é um jornalista e radialista do Rio Grande do Norte, com mais de 40 anos de carreira. Formado em Comunicação Social pela UFRN e em Direito pela UNP, atuou em vários veículos importantes locais e nacionais (Tribuna do Norte, Diário de Natal, TV Globo, TV Record Brasília, SBT, Band e rádios 96 FM, 98 FM e 91.9 FM). Foi diretor-geral da TV Assembleia Legislativa do RN. Foi coordenador de comunicação da Potigas, e assessor da presidência da Petrobras. Apresenta e edita o Jornal da MIX, na 103.9 FM Natal.
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