Política
07/05/2025
Era para ser apenas o cumprimento de uma determinação do STF para ajustar a representação dos Estados e do Distrito Federal na Câmara dos Deputados, com base no Censo do IBGE.
Detalhe: sem aumentar o número de cadeiras na casa legislativa.
Como 7 estados, incluindo a Paraíba do deputado Hugo Motta, presidente da Câmara, perderiam vagas, os políticos resolveram aumentar o tamanho das bancadas sem reduzir a representação de qualquer um deles.
Resultado: foram criadas 18 vagas extras.
A Câmara, que tinha 513 deputados, terá 531 parlamentares.
Isso quer dizer que o gasto com a Câmara dos Deputados vai crescer em quase R$ 65 milhões por ano.
Não é pouca coisa.
Hoje, um deputado federal custa R$ 230 mil por mês, levando em conta salário, verba de gabinete, cota parlamentar e moradia.
A população sempre torce o nariz para o parlamento brasileiro quando o assunto é gasto com os políticos, porque eles sempre são criticados por ganhar muito e produzir pouco.
Justa ou não, essa é a imagem que muitos deles passam para sociedade.
Pois bem.
Apesar do crescimento populacional, o Rio Grande do Norte ainda tem a representação mínima: 8 deputados federais.
Há muito tempo se reivindica um ajuste nesta representação, em pelo menos uma cadeira a mais.
A decisão da atual legislatura foi de aumentar a bancada potiguar em duas cadeiras.
Se o Senado aprovar o projeto também, o eleitor do RN contará com 10 deputados federais a partir das eleições de 2026.
Já deve ter muita gente animada, fazendo conta para estimar o quociente eleitoral, porque aumentam as chances de eleição deste ou daquele partido.
A animação é ainda maior quando o assunto é Assembleia Legislativa, que ganhará mais 6 cadeiras, passando de 24 para 30 deputados estaduais.
A gente fica na torcida que esse aumento na representação seja benéfico para os interesses do povo do Rio Grande do Norte, e que não seja apenas algo de interesse dos partidos e dos políticos profissionais.
Porque, na prática, a maioria dos políticos só olha para o próprio umbigo, colocando seus interesses em primeiro lugar.
Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro, alguém pode dizer sobre as prioridades dos nobres deputados.
Eu só sei que é assim.
DD.
é um jornalista e radialista do Rio Grande do Norte, com mais de 40 anos de carreira. Formado em Comunicação Social pela UFRN e em Direito pela UNP, atuou em vários veículos importantes locais e nacionais (Tribuna do Norte, Diário de Natal, TV Globo, TV Record Brasília, SBT, Band e rádios 96 FM, 98 FM e 91.9 FM). Foi diretor-geral da TV Assembleia Legislativa do RN. Foi coordenador de comunicação da Potigas, e assessor da presidência da Petrobras. Apresenta e edita o Jornal da MIX, na 103.9 FM Natal.
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